
Pois é, são muitos.
Mas a obesidade não vem
acompanhada apenas de apelidos. Assim como muitas doenças, ela também é
acompanha de estigma e com o agravante por ter sua origem atribuída
frequentemente ao próprio obeso, assim ele é visto como preguiçoso e sem força
de vontade suficiente para transformá-la.
O obeso enfrenta, então, além das
comorbidades ocasionadas pelo excesso de peso, a redução da autoestima. É comum
que a pessoa acima do peso não se sinta bem com seu corpo, com as roupas que
veste, com a dificuldade para realizar tarefas limitadas pelo seu corpo, com a
dificuldade para resistir à comida, não poder escolher a pessoa com quem irá se
relacionar afetivamente pelo medo da rejeição e até mesmo a negação da infelicidade
com o excesso de peso ou obesidade.
Todas essas autocobranças já
seriam suficientes para rebaixar sua autoestima, mas ainda é preciso enfrentar
as cobranças externas, como a dificuldade para conseguir um emprego, a dificuldade
para passar na catraca do ônibus e a falta de poltronas adaptadas nos aviões,
cinemas, teatros e outros lugares públicos, dificultando a vida social.
Apelidos, estigmas, insatisfação
pessoal, autocobranças, cobranças externas, tristeza, raiva, solidão, mais
comida para compensar tantos sentimentos ruins e consequentemente mais aumento
do peso.
Gostar de si mesmo, autoconfiança
e sentir-se merecedor de coisas boas ficam cada vez mais distante da realidade
da pessoa que está acima do peso ideal. Por isso é frequente encontrarmos
nessas pessoas não só as doenças físicas, mas também as emocionais, como a
depressão, ansiedade e dificuldades de relacionamentos sociais.
Ou seja, a pessoa com sobrepeso
ou obesidade não precisa apenas perder peso, mas aceitar sua condição física e
emocional. Digo aceitar, pois é normal uma posição de negação diante da
situação tentando diminuir suas angústias e ao mesmo tempo negligenciando sua
necessidade de ajuda.
Encarando tudo isso de frente a
pessoa poderá iniciar a nova dieta com maior probabilidade de sucesso,
cuidando-se completamente. Realizando não só um tratamento clínico
medicamentoso ou uma cirurgia bariátrica, mas cuidando do emocional que tanto
abala sua autoestima. Com isso a fuga pela comida será menor, facilitando a
adesão à atividades físicas e à reeducação alimentar, bem como enfrentar a nova fase de emagrecimento e a aceitação de
um “novo” corpo.
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