Uma bela série sobre o tema Perdão, produzida pela EPTV Campinas e com uma pequena contribuição minha.
http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/jornal-da-eptv/videos/t/edicoes/v/jornal-da-eptv-faz-serie-de-reportagens-como-o-tema-perdao/2310335/
http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/jornal-da-eptv/videos/t/edicoes/v/confira-a-segunda-reportagem-especial-sobre-perdao/2311747/
http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/jornal-da-eptv/videos/t/edicoes/v/violencia-sexual-e-morte-sao-temas-da-segunda-reportagem-sobre-perdao-da-eptv/2313271/
http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/jornal-da-eptv/videos/t/edicoes/v/confira-a-quarta-reportagem-especial-sobre-perdao/2315130/
http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/jornal-da-eptv/videos/t/edicoes/v/sequestro-e-tema-da-quinta-reportagem-de-serie-especial-da-eptv-sobre-perdao/2317039/
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
Confraternizações. Felicidade ou tristeza?
Natal e Ano Novo. Tempo de alegria, felicidade, amor, esperança,
recomeço, renovação, união e mais uma extensa lista de sentimentos e
pensamentos positivos.
Mas por que será que muitas pessoas se sentem na contra mão
de todo esse espírito de união?
Muitas são as queixas de pessoas que se sentem inadequadas
por demonstrarem sentimentos negativos nessa época do ano. Tristeza, angústia,
decepção, solidão e culpa, são alguns dos sentimentos experimentados por muitos
na época que deveria ser só de felicidade.

O balanço do ano que está chegando ao final também pode gerar sentimentos negativos se não o analisarmos de maneira clara e honesta. Quando esse balanço indica que o planejado não foi alcançado, é frequente que ocorra uma autocobrança muito grande, gerando frustração, angústia e sentimento de incapacidade.
Digo que o balanço deve ser analisado de maneira clara e honesta para que você não seja injusto com suas conquistas, vitórias e derrotas. A tendência é a de se frustrar com 1 item que não foi realizado e esquecer que os demais objetivos foram alcançados.
Isso sem contar o que não foi relacionado na lista inicial, mas que surgiu durante o ano e também não foi realizado, mas que agora o tempo está esgotando e precisa ser recuperado. A pessoa a ser perdoada, a palavra a ser dita, a adaptação ao novo trabalho, o conflito a ser solucionado, os novos desejos que surgiram no decorrer do ano... mais e mais cobranças e a autocobrança.
Ao mesmo tempo o não planejamento pode causar a sensação de não caminhar, estar parado no tempo, não pensar no futuro. Planejar e viver ciclos é intrínseco ao ser humano. A cada projeto finalizado, outro será iniciado. Depois do namoro, planeja-se o noivado, o casamento e depois os filhos. No final das férias já começamos a planejar a viagem para o próximo ano.
Parece, então, inevitável não se angustiar diante do balanço anual, mas o importante é aproveitar esses momentos de autoquestionamento e de crise para pensar o porquê de não ter realizado os projetos e promessas do início do ano. Questionar-se sobre o real motivo de se sentir sozinho. Pode ser que não sejam as pessoas que não querem sua companhia, mas sim você que está com dificuldade de relacionamento. Seus projetos para ao ano foram irreais e difíceis de serem realizados, você não se esforçou para concretizá-los ou aconteceram contratempos que fizeram com que seus planos fossem adiados?
Seja justo com você. Tenha objetivos e se planeje, mas faça de maneira real e que possam ser alcançados, evitando a autocobrança por não ter conquistado algo impossível diante de suas condições atuais.
Olhar-se internamente pode ser difícil e doloroso, mas poderá te ajudar a identificar e saber lidar com os próprios sentimentos, conhecer o que realmente é importante para você e consequentemente contribuir para um bom planejamento dos objetivos a serem alcançados.
É importante lembrar-se de que se não conseguir traçar suas metas no final ou início do ano, não se preocupe. O término de um ano é um fechamento de ciclo, mas você pode traçar seus objetivos em qualquer momento do ano e com o prazo que for necessário. Feche seu próprio ciclo.
E se estiver difícil fazer esse exercício sozinho, procure um profissional capacitado para te ajudar a resolver seus conflitos e bons planejamentos!
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Perdas e luto.
Quando ouvimos a palavra luto, logo vem em nossas cabeças o momento e os sentimentos expressos por uma pessoa que vivenciou a morte de uma pessoa muito querida e amada.
É normal que a pessoa enlutada vivencie sentimentos de dor, tristeza, choro, raiva, negação, solidão, desamparo, desinteresse pelo mundo exterior e nostalgia, sempre relembrando momentos agradáveis ao lado da pessoa falecida. As sensações físicas como vazio, aperto no peito e cansaço também são relatadas pelas pessoas nesse processo.
Apesar de todo o sofrimento diante da perda é esperado que a pessoa vá reorganizando sua vida e ressignificando o sentimento de perda com o passar do tempo, mas acontece que muitas pessoas não conseguem fazer essa reorganização emocional e pessoal, nem tão pouco levar sua vida a diante, ficando fixadas na perda sofrida. Diferentes motivos podem ser responsáveis por isso, por exemplo, o pensamento de não merecer uma pessoa boa ao seu lado ou a revolta por ser tão injustiçado por lhe ser tido tirada a pessoa querida.
O que muitas vezes não imaginamos é que a dor da perda de objetos, estatus social, emprego e a separação no namoro ou casamento, pode ser tão forte quanto a morte fisica da pessoa querida. Assim, o luto também deve ser vivenciado na ocasião dessas perdas, mas muitas vezes não é isso que ocorre.
Para descrever as fases de elaboração do luto, usarei os estudos de Elizabeth Kubler-Ross, psiquiatra suíça, que descreveu as 5 fases em seu livro Sobre a morte e o morrer (1969).
É importante lembrar que essas fases não precisam seguir uma sequência ou que tenham que ser vivenciadas da mesma forma por todas as pessoas.
Quando o processo de elaboração do luto não é realizado e a perda não é aceita de maneira natural, é preciso que a pessoa procure ajuda psicoteraupêutica afim de entender qual o papel que a pessoa ou objeto perdido ocupava em sua vida, para enfrentar a avalanche de emoções que vivenciará e então se reorganizar e dar novo sentido em sua vida.
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segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Entrevista para o Jornal da EPTV - Violência sexual infantil
Uma pequena contribuição contra a violência sexual infantil.
Entrevista para o jornal da EPTV Campinas.
http://globotv.globo.com/eptv-sp/jornal-da-eptv-campinaspiracicaba/v/psicologa-de-campinas-fala-sobre-tratamento-para-vitimas-de-abuso-sexual-na-infancia/1973732/
Entrevista para o jornal da EPTV Campinas.
http://globotv.globo.com/eptv-sp/jornal-da-eptv-campinaspiracicaba/v/psicologa-de-campinas-fala-sobre-tratamento-para-vitimas-de-abuso-sexual-na-infancia/1973732/
Da superproteção à frustração.
Ser bons pais talvez seja uma das maiores preocupações de um casal que resolve constituir uma família com filhos. Diante dessa preocupação logo veem os pensamentos: não vou agir de maneira tão rígida como meus pais, em tempos de extrema concorrência no mercado de trabalho meu filho terá como única obrigação estudar e ter somente nota 10 na escola, meu filho não sofrerá com o mundo, afinal seremos pais protetores e claro que não nos esqueceremos de elogiá-lo e aplaudi-lo em tudo que fizer.
Carlos* nasceu nessa família e desde cedo recebeu muitos aplausos e comemorações eufóricas por guardar seus brinquedos depois de usá-los, por se comportar bem na casa da vovó, ser educado com as pessoas e por apresentar notas 10, mas só quando era 10, uma vez que uma nota 9 era inadmissível para uma criança tão especial como ele.
E assim foi crescendo e mesmo quando sua atitude não era assim tão correta, seus pais acreditavam que deveriam apoia-lo, afinal uma crítica poderia contribuir para que Carlos não vencesse o mundo cruel que o esperava para engoli-lo sem dó nem piedade. Será que esse é o verdadeiro Bicho – Papão?
Pois bem, Carlos cresceu e agora aos 22 anos de idade e terminando a faculdade é hora de enfrentar o tão temido mercado de trabalho. Vamos sair em busca de um estágio. Tarefa fácil para ele que sempre teve boa conduta, frequentemente aplaudida e comemorada euforicamente pelos pais, acostumado a ter boas notas e que fala três línguas.
No primeiro dia de estágio Carlos sente que algo não está correto, afinal se comportou bem, realizou todas as tarefas solicitadas com atenção, rapidez e eficácia e não recebeu se quer um elogio. Apesar de isso lhe parecer estranho acredita que foi só o primeiro dia e que amanhã tudo será diferente. Acontece que o tempo vai passando e ele começa a perceber que é somente mais um no meio de tantos em busca de uma boa colocação e do seu espaço ao sol e, principalmente, que ter sucesso o tempo todo é praticamente impossível.
Algo inevitável começa a passar por sua cabeça: o que deu errado? Sempre fui o melhor aluno, o melhor filho, elogiado diariamente e várias vezes ao dia, no entanto hoje passo semanas sem que meu chefe me diga um simples “bom trabalho!”.
Passamos então da superproteção e supervalorização à frustração. Carlos sente-se frustrado por não continuar sendo o melhor e recebendo seu prêmio diário e consequentemente não entende sua inadequação diante do mundo. De repente se vê em uma prisão, afinal como ser livre se não se reconhece e não sabe como agir?
Nesse caso as crises de pânico e a depressão passaram a fazer parte da sua vida, sendo essas as melhores formas de adaptação que pôde encontrar.
Os pais de Carlos certamente pensavam estarem agindo corretamente, mas com a superproteção esqueceram-se de dar á ele responsabilidades relativas ao seu papel de filho, contribuindo para seu crescimento pessoal e não apenas profissional. Agora Carlos procura ajuda para se apropriar de sua vida, descobrir que o que precisava, quando criança, era de um obrigado diante de um gesto de gentileza e não de comemorações eufóricas. Entender que guardar seus brinquedos depois de usá-los era sua obrigação e parte do processo de formação do ser humano e não motivo para aplausos e principalmente que, às vezes, uma nota 7 pode valer muito mais que uma 10.
Sem conhecer outros caminhos não é possível que ele faça escolhas. Ser ver possibilidades é impossível ser feliz com as frustrações, pois estas não tem conotação de aprendizado, mas apenas de castigo e assim segue engessado, rígido diante da insegurança de ser ou não tão especial como cresceu ouvindo ser.
O maior desafio de Carlos nessa fase é o de se conhecer. Conhecer sua história em busca de sua liberdade, felicidade e de ser saudável, superando seus conflitos e agindo de maneira madura diante do Bicho – Papão, mundo.* Carlos é um nome fictício utilizado pela autora.
sexta-feira, 27 de julho de 2012
Ciúme: amor ou doença?
Quem é que não gosta de perceber que a pessoa amada sentiu ciúme quando você comentou que outra pessoa é bonita, ou quando outra pessoa te paquerou, mesmo que você não tenha retribuído a paquera?
Geralmente gostamos de perceber o ciúme tanto no outro como em nós mesmos, pois esse sentimento pode ser traduzido como cuidado, gostar, querer bem. Mas, logo percebemos que não temos motivo para tal sentimento.
O problema é quando esse sentimento deixa de ser esporádico e de querer bem e passa a ser exagerado, patológico e controlador.
Podemos dizer que o ciúme é um conjunto de emoções desencadeadas por sentimentos de ameaça que coloca em risco um relacionamento.
As explicações para o ciúme costumam ter três elementos em comum: ser uma reação frente a uma ameaça percebida, acreditar que existe um rival real ou imaginário e ter como objetivo eliminar os riscos da perda do objeto amado.
O parceiro do ciumento, frequentemente, se queixa da sensação de aprisionamento e sufocamento na relação. Isso ocorre porque o ciumento cria um sentimento de posse pelo outro, acreditando poder controlá-lo através de uma investigação constante de seus passos.
O ciumento acredita que está sempre sendo traído, por isso não permite que o companheiro tenha vida social sem sua companhia. O parceiro não tem liberdade para sair com os amigos ou conviver com seus familiares. Fazer cursos ou trabalhar até mais tarde sempre estará associado à traição.
Assim, inicia-se uma exaustiva busca pela prova do crime e sem limites o ciumento investiga as mensagens e ligações no celular, exige ter a senha de e-mails e redes sociais, confere faturas de cartão, cheira e olha a roupa em busca de marcas de batom e perfume diferente. Pergunta quem mudou o banco do carro de posição e se incomoda com a compra de uma camisa diferente. O passado torna-se presente, devido a tantos questionamentos sobre o parceiro ter gostado mais de outra pessoa antes de se conhecerem.
Esses são apenas alguns exemplos do que uma pessoa com ciúme patológico pode fazer, uma vez que diante de tantos sentimentos e emoções vivenciados, a pessoa perde o controle do que está fazendo e não consegue perceber qual é o limite entre a normalidade e o exagero.
O ciumento pode vivenciar sentimentos como ansiedades, depressão, vergonha, raiva, culpa, insegurança, preterimento, humilhação, desejo de vingança, violência e solidão. Uma vez que sua vida passa a acontecer em função de provar uma traição é comum perder as relações sociais, pois para ele ninguém é confiável.
A infidelidade também pode ser real, então cabe ao psicoterapeuta entender a racionalidade ou não do sentimento de ciúme, se é um sentimento obsessivo, de posse ou delirante, para então trabalhar junto com seu paciente suas origens e resignificação.
O ciúme patológico pode ocorrer por vários motivos, como por exemplo, depois de a pessoa vivenciar um trauma como a traição de um antigo companheiro ou um relacionamento mal sucedido dos pais ou amigos. A pessoa pode aprender com seus modelos, que deve sentir ciúme e controlar os passos do outro.
Outra coisa que pode ser aprendida com os modelos é que a pessoa não é capaz de fazer nada corretamente e nunca poderá conquistar nada em sua vida, o que pode ocasionar uma autoestima rebaixada, insegurança e consequentemente o ciúme. Assim, podemos dizer que o ciumento não apresenta uma falta de confiança em seu companheiro, mas em si próprio.
O ciumento deve buscar ajuda para conhecer a origem do seu ciúme patológico, resignificar seus sentimentos e amenizar seu sofrimento, podendo então construir sua própria história e não viver uma imposta por sentimentos doentios.
A vítima desse ciúme exagerado também deve buscar ajuda, pois constantemente está exposta a situações vexatórias, estresse, ansiedade, culpa e outros sentimentos que a prejudica no seu dia-a-dia.
Pense. Se seu ciúme deixou de ser um cuidado e bem querer pela pessoa amada e está atrapalhando suas relações sociais, talvez seja a hora de procurar ajuda.
segunda-feira, 11 de junho de 2012
Onde encontrar sua outra metade da laranja.
Quem foi que inventou o dia dos namorados? Por quê? Posso saber? Certamente foi pra me deixar triste e deprimido porque ninguém me quer.
Quem foi que inventou o dia dos namorados? Por quê? Posso saber? Certamente foi pra me deixar triste e deprimido porque ninguém me quer.
Uma das queixas mais frequentes nos consultórios de psicologia é a de que não consigo encontrar um namorado. O problema é que geralmente as pessoas se sentem sozinhas e então buscam fórmulas mágicas para encontrar sua cara metade, a outra metade da laranja, a tampa da sua panela.
Começa então a busca pela melhor forma de ser para alcançar o objetivo do namoro. Tentamos então, ser iguais àquele amigo ou amiga que sempre namora, começamos uma dieta, mudamos o corte do cabelo, vamos pra academia e tentamos cumprir com todos os itens da receita para viver um conto de fadas.
O que a maioria das pessoas não sabe é que para viver uma boa relação amorosa é preciso viver uma boa relação consigo mesmo, se conhecer e não tentar ser como o outro.
De tanto procurarmos as respostas fora de nós, esquecemos de ver como está nossa autoestima, de nos valorizarmos e conseguirmos reconhecer o que nos faz bem ou não. Quando não nos autoconhecemos e não nos valorizamos, corremos o risco de nos moldarmos ao outro de forma doentia, ou seja, deixamos de ser nós mesmos para sermos como nossos parceiros. Pensando estar agradando acabamos afastando a pessoa que se interessou por alguém que deixa de existir, uma vez que se está em constante mudança para se tornar aquilo que o outro deseja.
E o que o outro deseja? Será que o outro espera que seu parceiro esteja sempre usando uma máscara? Sustentar máscaras pode não durar muito tempo. Representar é muito difícil. Pode ser fácil fingir que gostamos de funk por um dia, mas não por uma vida. Então, mesmo sem querer, começamos a mostrar o que realmente somos e do que realmente gostamos e nada continua a ser como era antes.
Se você deseja ser uma pessoa confiante, segura e com controle de suas emoções, é preciso se conhecer profundamente, agir com independência, prestar atenção no seu próprio comportamento e em como tem agido nos últimos tempos.
Com uma boa autoestima, podemos reconhecer nossos pontos fortes e também os fracos, dominar nossas atitudes, tolerar as frustrações e as dificuldades de maneira saudável, obter sucesso em nossas empreitadas, sentir prazer em viver e consequentemente, viver um amor real e não o idealizado como nos grandes romances.
Conseguimos entender que podemos achar linda aquela pessoa descolada e super popular, mas que isso não combina conosco e por isso esse relacionamento não dará certo. Você poderá se ver feliz com um autêntico nerd e que, esse sim, tem tudo a ver com você.
Com o autoconhecimento fica mais fácil aumentar o circulo de amizades, as atividades sociais, por um sorriso espontâneo nos lábios e estar mais disponível para as oportunidades. Fica mais visível o que nos agrada e o que nos desagrada, o que podemos ou não aceitar do outro. Conseguimos agir cada vez mais conforme nossas vontades.
Busque o autoconhecimento, resignifique seus sentimentos, pensamentos, vivências e atitudes, para que possa olhar primeiro para dentro de si e só depois buscar por seu amor. Namore-se, saiba o que é importante ou não para você. Estando feliz consigo mesmo, perceberá que o dia dos namorados não foi inventado para te deixar triste, mas para que você possa estar feliz ao lado de alguém que te acrescente e te respeite, que te ame.
Não busque a outra metade da sua laranja no outro. Depositar essa responsabilidade no outro é mais uma vez deixar de se olhar. Encontre-a em você mesmo. Você já é inteiro e só precisa olhar para cada uma de suas qualidades e defeitos para então, encontrar outra laranja.
terça-feira, 10 de abril de 2012
Esquizofrenia

Um ótimo exemplo dessa patologia é o filme A ilha do medo, estreado em 2010 e dirigido por Martin Scorsesse, com a mistura de drama, mistério e suspense com o seguinte roteiro, baseado no livro de Dennis Lehane:
No ano de 1954, os agentes federais Teddy Daniels e Chuck Aule investigam o desaparecimento de uma interna do Hospital Psiquiátrico Ashecliffe. Ao viajarem para a ilha de Shutter - localizada em Massachusetts - para cuidar do caso, eles encontram uma rebelião de presos, devido a um furacão que se aproxima da ilha, e ficam impossibilitados de sair da ilha.
O filme parece contar a história da investigação do desaparecimento de uma interna de um hospital psiquiátrico, Rachel Soldano (Emily Mortimer) – uma jovem mãe que afogou os seus três filhos. Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio) chega no hospital pela única forma de acesso, de balsa, uma vez que este fica no meio de um porto. A fuga é considerada, pelos profissionais do hospital, como impossível afinal o quarto onde ficava era constantemente monitorado, estava completamente intacto e a porta trancada por fora. O investigador, muito confiante, sabe que a qualquer momento irá encontrá-la, até porque não há como fugir daquele lugar com vida.
Para desvendar esse mistério Teddy Daniels conta com a ajuda de seu parceiro Chuck Aule (Mark Ruffalo), que parece ser a única pessoa a entender o investigador, uma vez que o diretor do hospital o Dr. Cawley (Ben Kingsley) e outros médicos e enfermeiros, não levam seu trabalho a sério. Existe também o Dr. Naehring (Max von Sydow), a quem Teddy suspeita ser um nazista que está praticando suas experiências na América – como lobotomia e uso de drogas radicais. A lobotomia foi desenvolvida a partir de 1935 e é uma intervenção cirúrgica no cérebro onde são seccionadas as vias que ligam os lobos frontais ao tálamo e outras vias frontais associadas, que foi utilizada no passado em casos graves de esquizofrenia, supostamente para silenciar os pacientes psiquiátricos, tão incômodos na época. A intervenção, muito perigosa, uma vez que cerca de 6% dos pacientes não sobreviam e um grande número ficavam com enormes alterações da personalidade, foi abandonada a partir da década de 50 com o surgimento dos primeiros medicamentos antipsicóticos.
O investigador, mostra ao longo do filme ser uma pessoa atormentada por uma constante dor de cabeça e também por algumas lembranças do tempo em que foi soldado na segunda guerra e de sua ex-mulher, muitas vezes acompanhadas por uma criança. Confuso com suas lembranças do passado Teddy Daniels, chega a encontrar Rachel Soldano escondida na ilha, mas a cada momento parece estar ser mais difícil distinguir o real do imaginário.
Com uma ótima intervenção o Dr.Cawley consegue fazer com que Teddy volte-se à realidade que tanto tenta esquecer, lembrando então que o verdadeiro motivo de estar naquele hospital é o de ter matado sua mulher após chegar em casa e encontrar seus três filhos mortos por ela, afogados em um lago.
Temos então um ótimo exemplo de como funciona a mente de um esquizofrênico, que por não suportar sua realidade muito difícil perde o contato com ela, criando uma realidade paralela e tornando-a “real”, afim de minimar seu terrível sofrimento psíquico e passando a acreditar nessa nova realidade.
Durante o filme, os médicos do hospital psiquiátrico deixam que Teddy viva sua fantasia de investigador para confrontar os pontos irreais com os reias e a partir daí conseguir manter o contato com sua realidade. Essa prática muito utilizada atualmente funciona com Teddy, que no poder de suas faculdades mentais escolhe, conscientemente, que prefere a lobotomia a viver com a realidade que tanto o perturba.
O filme nos faz pensar o quanto, para muitas pessoas, a realidade é tão difícil que se pudessem escolher optariam pela loucura.
Para saber mais sobre a esquizofrenia recomendo o livro Os anjos de Zabine: um ensaio psicoterapêutico, da autora Giuliana Bilbao, que por meio da história de uma jovem terapeuta que tem o desafio de compreender sua paciente Zabine, trás um olhar fenomenológico-existencial sobre o ser humano e mostra o tênue limite entre a sanidade e a loucura.
segunda-feira, 2 de abril de 2012
Autismo

O autismo é uma disfunção global do desenvolvimento. É uma alteração que afeta a capacidade de comunicação do indivíduo, de socialização e de comportamento. Esta desordem faz parte de um grupo de síndromes chamado transtorno global do desenvolvimento (TGD), também conhecido como transtorno invasivo do desenvolvimento (TID). Mais recentemente cunhou-se o termo Transtorno do Espectro Autista (TEA) para englobar o Autismo, a Síndrome de Asperger e o Transtorno Global do Desenvolvimento Sem Outra Especificação.
Algumas crianças, apesar de autistas, apresentam inteligência e fala intactas, outras apresentam sérios problemas no desenvolvimento da linguagem. Alguns parecem fechados e distantes, outros presos a rígidos e restritos padrões de comportamento. Os diversos modos de manifestação do autismo também são designados de espectro autista, indicando uma gama de possibilidades dos sintomas do autismo. Atualmente já há a possibilidade de detectar a síndrome antes dos dois anos de idade em muitos casos.
Certos adultos com autismo são capazes de ter sucesso na carreira profissional. Porém, os problemas de comunicação e socialização causam, frequentemente, dificuldades em muitas áreas da vida. Adultos com autismo continuarão a precisar de encorajamento e apoio moral na sua luta para uma vida independente. Pais de autistas devem procurar programas para jovens adultos autistas bem antes dos seus filhos terminarem a escola.
No Brasil, ainda não há estatísticas a respeito do Transtorno do Espectro Autista, mas em 2010 a ONU declarou que, segundo especialistas, acredita-se que a doença atinja cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo, afetando a maneira como esses indivíduos se comunicam e interagem. O aumento dos números de prevalência de autismo levanta uma discussão importante sobre haver ou não uma epidemia da síndrome no planeta, ainda em discussão pela comunidade científica.
Um dos mitos comuns sobre o autismo é de que pessoas autistas vivem em seu mundo próprio, interagindo com o ambiente que criam; isto não é verdade. Se, por exemplo, uma criança autista fica isolada em seu canto observando as outras crianças brincarem, não é porque ela necessariamente está desinteressada nessas brincadeiras ou porque vive em seu mundo. Pode ser que essa criança simplesmente tenha dificuldade de iniciar, manter e terminar adequadamente uma conversa.
Outro mito comum é de que quando se fala em uma pessoa autista geralmente se pensa em uma pessoa retardada ou que sabe poucas palavras (ou até mesmo que não sabe alguma). Problemas na inteligência geral ou no desenvolvimento de linguagem, em alguns casos, pode realmente estar presente, mas como dito acima nem todos são assim. Às vezes é difícil definir se uma pessoa tem um déficit intelectivo se ela nunca teve oportunidades de interagir com outras pessoas ou com o ambiente. Na verdade, alguns indivíduos com autismo possuem inteligência acima da média.
A ciência, pela primeira vez falou em cura do autismo em novembro de 2010, com a descoberta de um grupo de cientistas nos EUA, liderado pelo pesquisador brasileiro Alysson Muotri, na Universidade da Califórnia, que conseguiu "curar" um neurônio "autista" em laboratório. O estudo, que baseou-se na Síndrome de Rett (um tipo de autismo com maior comprometimento e com comprovada causa genética), foi coordenado por mais dois brasileiros, Cassiano Carromeu e Carol Marchetto e foi publicado na revista científica Cell.
Características do autismo
Existem muitos graus de autismo, mas quanto mais cedo a criança for identificada e começar o treinamento de habilidades sociais, melhor será seu desenvolvimento.
Indivíduos com autismo usualmente exibem pelo menos metade das características listadas a seguir:
- Dificuldade de relacionamento com outras pessoas
- Riso inapropriado
- Pouco ou nenhum contato visual
- Aparente insensibilidade à dor
- Preferência pela solidão; modos arredios
- Rotação de objetos
- Inapropriada fixação em objetos
- Perceptível hiperatividade ou extrema inatividade
- Ausência de resposta aos métodos normais de ensino
- Insistência em repetição, resistência à mudança de rotina
- Não tem real medo do perigo
- Procedimento com poses bizarras
- Ecolalia (repete palavras ou frases em lugar da linguagem normal)
- Recusa colo ou afagos
- Age como se estivesse surdo
- Dificuldade em expressar necessidades
- Acessos de raiva
- Irregular habilidade motora
É relevante salientar que nem todos os indivíduos com autismo apresentam todos estes sintomas, porém a maioria dos sintomas está presente nos primeiros anos de vida da criança. Estes variam de leve a grave e em intensidade de sintoma para sintoma. Adicionalmente, as alterações dos sintomas ocorrem em diferentes situações e são inapropriadas para sua idade. É importante salientar também que a ocorrência desses sintomas não é determinista no diagnóstico do autismo, para tal, se faz necessário acompanhamento com psicólogo ou psiquiatra especialista no transtorno.
Fonte: Wikipedia.org
terça-feira, 27 de março de 2012
É só uma mentirinha.

Quem nunca contou uma mentirinha que atire a primeira pedra.
Seja pra escapar de uma bronca dos pais, para conseguir alguma coisa ou até mesmo ao atender ao telefone dizer que uma pessoa não está justamente para não dizer a verdade, que a pessoa não quer falar, o fato é que sempre contamos alguma mentira e que este ato geralmente não é bem visto e aceito pelas pessoas, pois temos a sensação de que aquele que mente não é confiável.
Seja pra escapar de uma bronca dos pais, para conseguir alguma coisa ou até mesmo ao atender ao telefone dizer que uma pessoa não está justamente para não dizer a verdade, que a pessoa não quer falar, o fato é que sempre contamos alguma mentira e que este ato geralmente não é bem visto e aceito pelas pessoas, pois temos a sensação de que aquele que mente não é confiável.
Porém, a mentira como adaptação social, como o exemplo da mentira no telefone é aceita, pois muitas vezes é melhor dizer que a pessoa não está do que dizer que não quer falar com quem telefonou. Já quando ela passa a ser um distúrbio de comportamento podemos ter um caso de mitomania, ou seja, a tendência patológica mais ou menos voluntária e consciente para a mentira.
Você deve estar confuso e se perguntando: e agora pode ou não pode mentir? Mentir é normal ou uma doença?
Vou explicar. Quem nunca teve um amigo ou colega, que te fez desconfiar de que alguns pontos em suas histórias não se encaixam? Alguém que conta ter viajado pelo mundo e estudado em colégios caros durante a adolescência, mas que depois descobrimos uma história de vida bastante humilde.
Outro exemplo é de uma criança que mesmo tendo um pai violento e pouco presente pode contar para os colegas que sua relação com ele é divertida e amorosa, que fazem muitos passeios prazerosos juntos e são muito amigos.
Esses dois últimos casos podem exemplificar a diferença entre uma adaptação social de mentira como a do telefone e a de um mitômano.
Devemos compreender que dizer a verdade passa a ser um sofrimento para quem tem mitomania, pois o objetivo do mitômano não é mentir para prejudicar o outro, mas para conseguir algo para si mesmo, que geralmente está relacionado à necessidade de suprir aquilo que falta em sua vida, ou seja, ele não mente sobre tudo. Ele mente sobre um ponto específico, de onde vem seu problema, da origem dos seus conflitos.
Mais um exemplo para diferenciarmos o mitômano de uma pessoa que faz para prejudicar o outro, é o de um homem com dificuldade de relacionamentos interpessoais que conta para os amigos e familiares que sempre tem encontros muito prazerosos com as mulheres. Já em outros pontos de sua vida ele não mente, e ser honesto quanto a questões financeiras e de trabalho é muito fácil.
Manter uma mentira é muito difícil e desgastante, em algum momento ela passa a ser descoberta e com isso começam a aparecer os maiores riscos para o mitômano, como o isolamento social e o descrédito diante dos círculos familiar, de trabalho, de amigos e assim por diante. Esse isolamento pode causar depressão, ansiedade e outras patologias que passam a ser perigosas para o mitômano.
O mitômano pode estar sofrendo com as consequências de suas mentiras, mas geralmente não buscará ajuda sozinho, pois mesmo sabendo que o que ele diz não é totalmente verdadeiro, ele precisa acreditar que seja para manter um equilíbrio interior. Contando histórias ele se sente tranquilizado e com suas carências supridas.
Por outro lado, deixar de mentir também tem uma consequência muito sofrida para ele e é por isso que muitas vezes é a família quem procura ajuda para o mitômano, uma vez que estes já descobriram algumas mentiras. Além da procura por ajuda, a família ocupa outro papel essencial no tratamento do mitômano, uma vez que este precisa sentir-se acolhido e entendido pelas pessoas que o cerca. A esta cabe ainda à compreensão de que o fato da pessoa estar sendo ajudada e em tratamento, não significa que as mentiras não voltarão a acontecer. Ela poderá se repetir durante e principalmente no início do tratamento, uma vez que a pessoa ainda estará em processo de autoconhecimento.
A cura da mitomania pode ser alcançada com o trabalho psicoterápico, quando o paciente poderá entrar em contato com as questões que lhe causaram a necessidade de mentir e a partir daí construir o fortalecimento da sua estrutura psicológica e a adaptação ao mundo sem a necessidade anteriormente predominante. O trabalho conjunto com a psiquiatria também pode ser necessário, pois como vimos, um dos grandes perigos da mitomania são suas consequências, como a ansiedade excessiva para manter suas mentiras, por exemplo. Assim, o uso de medicamentos pode ser indispensável.
Outro ponto importante a ser considerado é que o fato da pessoa ser boa em contar mentiras, não significa que se tornará um mitômano, pois se ela tiver uma boa estrutura mental saberá manter-se saudável.
Por mais difícil que seja aceitarmos mentiras de pessoas queridas, é mais importante estendermos as mãos e oferecermos ajuda ao mitômano, do que atiramos pedras.
segunda-feira, 19 de março de 2012
Entrevista para o programa EPTV Comunidade: Medos.
O medo é um sentimento que nos acompanha no dia a dia. Mas, e quando ele deixa de ser normal e passa a ser patológico?
http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/eptv-comunidade/videos/t/edicoes/v/eptv-comunidade-medos-bloco-1/1860369/
http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/eptv-comunidade/videos/t/edicoes/v/eptv-comunidade-medos-bloco-2/1859737/
http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/eptv-comunidade/videos/t/edicoes/v/eptv-comunidade-medos-bloco-3/1860385/
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domingo, 18 de março de 2012
Eu tenho medo. E você?
O medo parece ser um sentimento que nos acompanha durante todo o tempo. Temos medo da solidão, do mar, de altura, de morrer, da multidão, de ser infeliz e de ser feliz, de amar e de ser amado. Enfim, essa lista pode ser tão extensa quanto se queira e, com certeza, você poderá acrescentar mais uma dúzia de medos a ela.

Já, quando o medo passa a ser irracional, exagerado e geralmente de algo que não nos traz risco de vida, podemos dizer que é um medo patológico. Esse medo pode trazer não só a paralisação física da pessoa diante de uma determinada situação ou objeto, mas até mesmo prejuízos tangíveis para o seu dia a dia. Uma pessoa com medo de avião pode ter a vida profissional prejudicada ao recusar uma boa oportunidade de emprego, uma vez que viajar de avião poderá ser uma rotina.
O medo patológico pode ser classificado como fobia quando este aparece especificamente em algo - como o exemplo do avião ou outros comuns como o de elevador, de altura e de barata. Nesses casos, uma pessoa pode sofrer uma paralisação diante da exposição ao estímulo causador do medo, ter sudorese, taquicardia, tremores, dores de cabeça, sensação de desmaio dentre outros sintomas.
Outra forma de medo patológico é a síndrome do pânico, em que uma pessoa também apresenta os sintomas da fobia, mas geralmente não se sabe o que desencadeia uma crise por não haver um estimulo específico. É comum alguém com síndrome do pânico passar por longas e exaustivas visitas às mais variadas especialidades médicas em busca de uma explicação para suas taquicardias, terríveis dores de cabeça e demais sintomas sem obter sucesso no diagnóstico por não apresentar nenhum problema físico aparente.
Nesses dois casos - a fobia e a síndrome do pânico - o medo pode ser tão grande e preocupante que a pessoa desenvolve uma ansiedade antecipatória quando passa a ter medo de sentir medo e de ter nova crise, prejudicando assim os diversos contextos de sua vida. Por exemplo, evita ir à praia por medo do mar, apesar de adorar a praia, ou evita ir ao trabalho por ter vivenciado uma crise de pânico nesse ambiente. Com isso, a fuga passa a ser uma constante na vida da pessoa com fobia ou síndrome de pânico.
Com a ajuda de um profissional, porém, ela poderá aprender que essa não é a melhor saída para seus medos, mas sim aprender a enfrentá-los. O indivíduo deve conhecer qual é a origem do seu medo patológico porque geralmente transferimos nossas angústias para algo exterior que apenas pode representar o que de fato está no interior deste individuo.
Se o seu medo te impossibilita de realizar seus desejos, procure um profissional da psicologia para que juntos possam desconstruir a situação fóbica ou da síndrome do pânico.
E você tem medo de que?
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